MENSAGEM

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A ÁRVORE DOS MEUS AMIGOS.


Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho. Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras apenas vemos entre um passo e outro. A todas elas chamamos de amigo. Há muitos tipos de amigos. Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles. O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o amigo mãe. Mostram o que é ter vida. Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós. Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos o bem. Mas o destino nos apresenta outros amigos, os quais não sabíamos que iam cruzar o nosso caminho. Muitos desses denominados amigos do peito, do coração. São sinceros, são verdadeiros. Sabem quando não estamos bem, sabem o que nos faz feliz... Às vezes, um desses amigos do peito estala o nosso coração e então e chamado de amigo namorado. Esse dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés. Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto. Falando em perto, não podemos esquecer dos amigos distantes. Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra.
O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdemos algumas de nossas folhas. Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações. Mas o que nos deixa mais feliz é que as que caíram continuam por perto, continuam alimentando a nossa raiz com alegria. Lembranças de momentos maravilhosos enquanto cruzavam com o nosso caminho.
Desejo a você, folha da minha árvore, Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade... Hoje e Sempre... simplesmente porque: "Cada pessoa que passa em nossa vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Há os que levaram muito, mas não há os que não deixaram nada. Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso".


desconheço o autor.

contra a violência.


A violência não reside apenas em agressões evidentes. Ela se imiscui até mesmo no nosso modo de pensar e falar, no discurso que considera a paz resultado do equilíbrio de forças (“mais cadeias, mais repressão”) e não fruto da justiça. Há ainda a violência da mídia que invade os lares com programas pornográficos, exaltando a imbecilidade, a ociosidade vadia, o sucesso e a fama dos que transgridem as leis.

Na prática de Jesus, três atitudes antiviolência se destacam: a humildade (fazer-se criança, Mateus 18, 4); o amor aos pobres e excluídos (Mateus 18,10 e 25, 31-40); o perdão (Mateus 18, 22). E o programa de justiça, capaz de engendrar a paz, contido no Sermão da Montanha (as bem-aventuranças Mateus 5, 1-12).


Frade Dominicano, Teólogo, Antropólogo, Filósofo, Jornalista e Escritor - autor de 40 livros com obras editadas em vários países.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

sou muitos.

“Eu somos tristes. Não me engano, digo bem. Ou talvez: nós sou triste? Porque dentro de mim, não sou sozinho. Sou muitos. E esses todos disputam minha única vida. Vamos tendo nossas mortes. Mas parto foi só um. Aí, o problema. Por isso, quando conto a minha história me misturo, mulato não de raças, mas de existências”.

Mia Couto.

sábado, 24 de outubro de 2009

O futuro não está escrito, está sendo construído.


O passado é imutável. Nada que façamos vai alterar um só evento que passou. Ele é inexorável. Mas o futuro, este ainda não existe, então posso construí-lo. Aquilo que faço no presente, as decisões que tomo agora poderão alterar prognósticos, poderão construir um futuro diferente do previsível.

Se nos acomodarmos na crença de que não adianta fazer nada porque o mundo só vai de mal a pior mesmo, então nos tornaremos pessoas acomodadas. Se dirá: “deixe estar, deixe acontecer, não posso mudar nada mesmo. Nada que eu faça fará diferença alguma”.

Pensar assim nos leva, fatalmente, ao imobilismo. Se imaginarmos que tudo o que vai acontecer já está escrito de ante-mão, realmente não há o que fazer, nada vai mudar isso. É uma espécie de fatalismo segundo o qual o que tem que acontecer fatalmente vai acontecer porque Deus assim determinou.

Mas a história está em construção. Se está em construção, ela não está escrita de ante-mão, ela está sendo escrita. E se está em construção então posso mudar, posso interferir no futuro, posso alterar, direcionar, posso fazer alguma diferença para o futuro.

Além do fatalismo, outra coisa que precisa ser revista em nossa teologia é o fato de crer-se que Deus faz e fará tudo, sempre. Se pensarmos que, no fim das contas, Deus sempre vai intervir e fazer acontecer algo, isso também vai gerar o imobilismo, o conformismo, a letargia, a preguiça. “Se Deus vai fazer, porque devo então fazer algo. Deixe que Deus resolva”.

Milhões de pessoas ainda passam fome no mundo. Enquanto os homens não fizerem algo, elas continuarão passando fome. E isso, definitivamente não é da vontade de Deus, senão não seria Deus, seria um ídolo que sente prazer em ver seus filhos passando fome e sofrendo.

Mas para fazer algo, preciso entender que a história não está pronta, que posso interferir nos fatos e mudar o prognóstico, mudar o que se prevê, mudar o que está por acontecer.

Também preciso entender que Deus nos deu a missão de realizar e implantar Seu Reino aqui na terra. Ele nos comissionou, nos deu a tarefa de lutar e tudo fazer para que a Justiça seja estabelecida, que o Reino seja vivido, que o amor seja pleno.

O Reino de Deus chegou através de Jesus. Mas para que os valores do Reino sejam estabelecidos Ele nos deu a tarefa de pregar o evangelho a toda criatura. O evangelho, a boa notícia do Reino de Deus, que não é uma doutrina, mas um modo de viver o Reino de Deus aqui na terra. O Reino de Deus que traz graça, perdão de pecados, acolhimento, e que tem como valores justiça, paz e alegria no Espírito Santo e como regras de ouro, mandamentos inafastáveis, amar a Deus com toda força, coração e mente e ao próximo como a nós mesmos.

Somos peregrinos nesta terra com a missão de espalhar boas novas e vivermos o Reino numa dimensão humana para que os valores do Reino sejam estabelecidos aqui na terra.

A história será diferente e melhor se abraçarmos esses valores e nos sentirmos responsáveis, protagonistas, de um futuro que está por ser construído.


Márcio Rosa da Silva.



sexta-feira, 23 de outubro de 2009

filhos de ninguém.


São tão frágeis nas esquinas
Prostituas tão meninas com histórias pra contar e entristecer
Rapazotes tão franzinos, das famílias são arrimos
Com chacinas frias sob o anoitecer

Esta tudo tão trocado
O errado certo e o certo errado, que de natural até deixa de ser
E é jogado, feito um bicho, um bebê dentro do lixo
Porque alguém não assumiu o seu dever

Quem se importa com isso?

São pequenos traficantes, trombadinhas, assaltantes
Que não tem nem mesmo chão para morrer
Fazem parte do sistema, obedecem ao esquema
De roubar de quem tem pra quem não tem ter

Quando são então achados, agredidos, esfolados
Pela mesma sociedade que os criou
São nas valas encontrados sujos e assassinados
Sem sequer ter visto a arma que os matou

Quem se importa com isso?

Alisson Silva

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

uma boa reflexão


Eu encalhei meu barco nos rochedos da alma Não existe mentira igual a independência Não há demônio igual ao controle
Eu abanei as chamas vivas até minha casa pegar fogo Não há paródia igual ao poder Não há febre igual o desejo
Eu sequei o vinho das trevas até os resíduos do engano Não há droga tão forte como o orgulho Não há cegueira maior do que a arrogância
Eu parti pra cima de uma montanha com uma picareta e uma lima Não há campo minado igual a presunção Não há desejo mais mortal que a negação
Não há tiro igual a convicção Não há consciência à prova de balas Não existe força igual a fraqueza absoluta Não existe insulto como a verdade
Eu manipulei minha receita até não conseguir confiar em minha visão Não há assassino igual a conveniência Não há doença igual a omissão
Eu consertei as decisões e resisti a explicações Não há cilada igual a emoção Não há cova igual a reputação Não existe câncer igual a ambição Não há cura igual a crucificação

***(Letra de Charlie Peacock e Douglas Kaine McKelvey do album Strangelanguage)

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

MINHA IMAGINAÇÃO SOBRE DEUS.

"Eu imagino Deus como a fonte de toda a energia que criou e mantém o equilíbrio
do universo.
Vejo Deus na flor e na abelha que lhe suga o néctar para produzir o mel;
e no pássaro que devora a abelha; e no homem que devora o pássaro; e no verme que devora o homem.
Eu vejo Deus em cada estrela no céu, nas minhas noites nas pousadas, e nos olhos
tristes de cada boi, ruminando na envernada...
Só não consigo ver Deus no homem que devora o homem, e por isso acho que ainda tenho muito o que aprender nesses caminhos da vida..."

(Benedito Ruy Barbosa)

FOLHA QUE TREMIA NO MEU PEITO.

"Eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi; não soube
que ias comigo
Até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
Falaram pela minha boca,
floresceram comigo"

(Pablo Neruda)

terça-feira, 6 de outubro de 2009

IMAGO DEI.


Creio na humanidade e que homens e mulheres, independente da cor da pele, estética física ou cultura, ainda carregam a Imago Dei – imagem de Deus. Mesmo caídos e manchados pelo pecado, são capazes de ações dignas. Creio que forças malignas controlam estruturas econômicas, políticas e militares, aprisionando pessoas, produzindo sofrimento e morte. Creio, inclusive, que esses poderes são, muitas vezes, potencializados por anjos caídos. Admito também, que a ganância e o ódio são meramente humanos. Aceito que, ao recebermos de Deus o mandato para conduzir a história, produzimos mais sofrimento que felicidade. Entretanto, creio que podemos ter esperança: a Imago Dei não foi totalmente perdida. Ainda há ONGs lutando pela preservação dos santuários ecológicos; ainda há médicos e dentistas enfronhados em favelas e campos de refugiados de guerra; ainda há missionários cuidando da saúde de índios. Os poetas ainda falam em versos e prosa sobre a beleza da vida e os seresteiros ainda dedilham suas violas, celebrando o amor. Cientistas ainda lutam para encontrar terapias contra o câncer, vacinas contra o vírus HIV; terapeutas ainda se dedicam aos doentes mentais; ainda existem voluntários cuidando de crianças em orfanatos, pais adotando filhos abandonados, mulheres visitando indigentes em hospitais públicos. Esses nos inspiram a acreditar no futuro.

RICARDO GONDIM.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

DEUS EXISTE?


Certa vez, um cosmonauta e um neurologista russos discutiam sobre religião. O neurologista era cristão, e o cosmonauta não. “Já estive várias vezes no espaço”, gabou-se o cosmonauta, “e nunca vi nem Deus, nem anjos”.
“E eu já operei muitos cérebros inteligentes”, respondeu o neurologista, “e também nunca vi um pensamento”.

O mundo de Sofia, Jostein Gaardner, Cia. das Letras, 1995